terça-feira, 8 de outubro de 2013

O direito à greve versus a direito a ir trabalhar

Filas intermináveis. De pessoas (à espera do autocarro) e de carros (no trânsito). Este é o cenário que domina Lisboa. A causa? A greve do metro.

Ah… mas todos têm direito à greve. É algo que está assegurado na Constituição. Ok. Mas será que vale a pena fazer uma greve que prejudica mais a população geral do que a empresa em causa? Principalmente porque os utentes (sabem… as pessoas que compram os bilhetes, pagam os passes… sei lá, que contribuem para o pagamento dos salários dos funcionários que estão em greve) desconhecem o motivo da greve.

Há uma boa razão? Ninguém sabe. Se há o certo é que a mensagem não está a passar. Se não há… o caso é bem mais grave.

Todos os dias milhares (ou milhões, não tenho a certeza do número exacto) de pessoas utilizam os transportes públicos para ir trabalhar. Em Lisboa ou em qualquer outra cidade de Portugal. Embora hoje o caso seja em Lisboa. Pessoas essas que necessitam do seu salario para sobreviver. E cujos patrões podem não ser solidários com os atrasos consequentes das greves.

Melhor ainda. Tem sido recorrente a realização das greves depois de os passes já estarem comprados. Porque não antes? Porque não adoptar outra linha de protesto? Porque o impedir as pessoas de irem trabalhar? Também têm esse direito.


Porque é que hoje em dia há cada vez mais a política do “umbigo”? O privilegiar o MEU direito face aos dos outros? O que a pessoas tendem a esquecer é que o MEU direito acaba quando interfere com o direito dos outros. Isso também acontece com as greves? Bem… depende da opinião e perspectiva de cada um. 

Na minha opinião sim. Assim como penso que há muitas pessoas que, por terem empregos ainda considerados seguros, não fazem a mínima ideia de como é a realidade. A verdadeira realidade. Mas é só uma opinião. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A porra da violência doméstica

Para começar a actividade no blog nada como começar com um tema interessante: a violência doméstica.
Mas não a visível. A que deixa marcas para todos verem e que é, relativamente, fácil de comprovar. Não. Vou falar da violência doméstica escondida. A dos maus-tratos verbais acompanhada de ameaças. Porque para mim essa é a pior e mais prejudicial.

Imaginem o que é viver com uma pessoa de humor instável. Em que nunca sabem se vai estar de bom humor ou desatar aos gritos e aos pontapés a tudo e a todos. Em que não sabem se o dia não irá terminar com mais umas quantas ameaças de morte. “Eu já tenho x anos. Não me importa se vivo mais um dia ou uns anos. Já vocês têm a vida pela frente. Ou talvez não. Pode acabar já amanhã”.

Imaginem o que é não saber o que é uma verdadeira noite de sono. O medo constante de não saber se vai acontecer alguma coisa. Se este é ou não o vosso último dia na Terra.

E quando há mais pessoas envolvidas, quer seja, crianças ou idosos, o caso fica ainda pior.


Porque este é um tipo de violência em que de nada vale fazer queixa nas autoridades. Não há provas. São só ameaças. O grande problema é que, quem vive isto, sabe que o dia em que se passa da ameaça ao acto há-de chegar. Sabe que vive em stand-by. E não há nada a fazer. A não ser esperar.